
Oração persistente, oração respondida.
(Lc 11.5-8)
Introdução
O evangelho de Lucas é identificado como o evangelho da oração. Na parábola do amigo importuno destaca-se a persistência na oração. Podemos acentuar nessa passagem pelo menos três lições sobre oração: 1) Deus deseja que oremos (veja o contexto da parábola: a - oração dominical, b – Jesus incita os discípulos a orar) não apenas por nós, mas também pelo próximo. 2) Muitas vezes tal intercessão requer ousadia (veja o exemplo da parábola do juiz iníquo – Lc 18.1-8). 3) Tal ousadia é do agrado de Deus: “portanto, irmãos, tendo ousadia (intrepidez) para entrar no santo dos santos pelo sangue de Jesus” (Hb 10.19).
I – Amigo, empresta-me três pães.
a) “Amigo” (Deus é identificado como o amigo da parábola).
- Algumas vezes o homem também é chamado de amigo de Deus (Abraão é um desses exemplos: 2Cr 20.7),
b) Qual é a revelação da palavra amiga em relação a Deus?
- Uma amizade que permite intimidade, por meio da qual compartilhamos nossas necessidades com confiança e sem rodeios.
- Moisés também foi amigo de Deus, a ponto de o Senhor lhe falar “face a face”.
Deus falava com Moisés “boca a boca”, e não apenas por sonhos, visões ou profecias. A conversa entre Deus e Moisés era direta.
- Em João 15.15, Jesus afirmou que a marca do amigo (em oposição ao servo) é conhecer o propósito e o significado das ordens que lhe são dadas.
- Quem desenvolve verdadeira amizade e companheirismo com o Espírito Santo sabe como, o quê e quando pedir. Tudo que ele pede esta em conformidade com a Palavra de Deus. O amigo de Deus, além de saber pedir, sabe esperar.
c) “Empresta-me”.
Quem toma emprestado está obrigado a devolver, mas Deus, como nosso amigo, se compadece de nós e nos dá aquilo que lhe pedimos.
No contexto em estudo, três pessoas se destacam:
1. O hospedeiro (representando a igreja), que não tem nada de si mesmo para suprir as necessidades de seu hóspede.
2. O vizinho amigo (representando Deus), que tem tudo em abundância.
3. E o hóspede (representando o pecador), que foi até o hospedeiro (a igreja) necessitado e faminto.
d) “Três pães”.
- Esses três pães representam a provisão da Palavra. Jesus é o pão da vida.
- Aquele que vem a igreja está faminto, sedento, “anda à noite” (trevas, mundo, tribulação) e não tem nada; e nem pode ter. Somente a igreja pode levar essa pessoa a Cristo. O Filho de Deus é a água da vida, a luz do mundo, “o pão vivo que desceu do céu”.
Conclusão
“Todavia, o fará por causa da importunação” (v.8). O que é importunação? É o mesmo que insistência, incômodo. Literalmente, é a “falta de envergonhar-se”. A persistência é mais bem ilustrada no verso 9, através das palavras pedir, buscar e bater. No grego, estas palavras estão no imperativo presente, indicando que devemos continuar pedindo, buscando e batendo, pois a oração deve ter resultado seguro: “lhes dará tudo”. Em outras palavras, precisamos orar até recebermos.
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