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(Marcos 10.46-52)
Introdução
A esta altura dos acontecimentos, o ministério terreno de Cristo estava terminando e, em oito dias Ele morreria na cruz. Contudo, antes de entrar em Jerusalém, um incidente envolvendo um cego mendigo muito conhecido na cidade de Jericó, chamado Bartimeu (seu nome significa filho de Timeu, que quer dizer “muito estimado”) interrompe momentaneamente a caminhada do Mestre, que teve de socorrer aquele homem em seu apelo desesperado. A lição principal nesse episódio nos ensina que os obstáculos e as dificuldades, em vez de nos desanimarem, devem nos incitar a orar com maior fervor e ânimo.
I – “E ouvindo que era Jesus... pôs a clamar”.
a) O indivíduo era cego e mendigo.
-Vivia à margem da sociedade e, por conta disso, era muito discriminado.
- Nunca teve uma única chance na vida, mas agarrou-se com toda força e intensidade à primeira que lhe apareceu.
- O texto diz que: “E ouvindo...”, o que nos leva a refletir sobre a realidade de que o homem no pecado não pode ver apenas ouvir (Hb 4.7 – “Hoje se ouvires a sua voz...”). O cego podia ouvir e falar. Do mesmo modo, podemos dar ouvidos às promessas de Deus e orar, mas sempre em concordância com essas promessas!
b) O cego, possivelmente, já conhecia a fama de Jesus.
- Marcos registrou que o cego “Pôs-se a clamar”. Não a reclamar, blasfemar ou murmurar; e o seu clamor possivelmente se baseava na Palavra de Deus, pois a espressão “Filho de Davi” é um título messiânico muito usado pelos profetas do Antigo Testamento: Is 11.1-3; 35.5; Jr 23.5,6; Ez 34.23,24. Curiosamente, Bartimeu é a única pessoa no evangelho de Marcos que fez uso dessa locução. Talvez sua cura tenha ocorrido em resposta ao uso desse maravilhoso título.
- Está escrito que o homem “cada vez gritava mais” (v.48). Temos aqui uma lição de perseverança de propósito. Bartimeu foi persistente. Ele não abriu mão de sua oportunidade, exatamente como Maria irmã de Lázaro (Lc 10.38-42). O cego foi prático na oração importuna (Lc 11.5-8; 18.1), e isso é um exemplo de fé, pois ele reconhecia sua miséria e aguda necessidade e apelava por compaixão.
- Houve barreiras para transpor, por exemplo: a multidão, os que o repreendiam, a deficiência física visual, o cansaço, o desprezo e a sua capa. Realmente, sempre haverá impedimentos no caminho da benção de Deus, mas nunca deveríamos desistir na primeira tentativa.
- Bartimeu usou o único meio de que dispunha: a voz. Por isso gritava insistentemente. Um outro exemplo é o de Zaqueu, que lançou mão de uma árvore para compensar sua baixa estatura.
II – “Parou Jesus... que queres que te faças?”.
a) Deus sempre responde à súplica resoluta, clara e cheia de fé.
- A parada de Jesus foi uma forma de repreender os que desprezavam o pobre homem. Na seqüência, o bondoso Mestre perguntou: “Que queres”. Isso indica que o Senhor requer pedidos específicos e explícitos. Nunca deveríamos fazer pedidos vagos e imprecisos, do tipo: que abençoe isso ou aquilo. Antes é preciso suplicar designando expressamente cada necessidade.
b) O cego precisou:
- Definir sua necessidade. Desta vez não pediu esmolas.
- Algo muito semelhante aconteceu com Elizeu, o sucessor de Elias. Vejamos: “Havendo ele passado, Elias disse a Elizeu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Elizeu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírto” (2Rs 2.9).
c) O milagre veio pelo poder da Palavra.
- Jesus não o tocou, apenas liberou a palavra de vitória: “Vai...”. Esta maravilhosa ordem é o mesmo que: ande, veja, caminhe, seja curado (v.52).
Conclusão
Ao chamado de Jesus, o cego demonstrou prontidão (levantou-se de um salto) e desprendimento (lançando de si a capa). Este último ato, por si só, foi um grandioso gesto de fé, pois o homem cria que, uma vez curado, seria ele mesmo capaz de reencontrá-la. “E seguiu-o, glorificando a Deus”. O ex-cego nunca mais foi à mesma pessoa. Abandonou a vida de mendicância e tornou-se uma poderosa testemunha de Jesus Cristo.
Um comentário:
Uma excelente palavra, que Deus continue abençoando sempre
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